21 de mai. de 2014

Uma carta para Max (em uma pausa de mil compassos)

Esta vai para este menino máximo, o Max! Carrega em si o super homem. De longe extrapola o normal. Extrapolar no dicionário quer dizer que excede os limites do bom senso. Prefere duvidar a tirar conclusões com bases limitadas.

E o bom senso a gente sabe que é sempre bem-vindo. Não tenta sentir o encontro que é somente vindo para nós e que pode sim ser mal encontro. Quem carrega esta mensagem comum onde tudo é esperado supõem-se o bem. Mas nem sempre é assim. Quem excede sabe que tudo é ilimitado. Mal encontro pode ser o teu bem-vindo, nossas esperanças são o fracasso do destino.

Mas ao lado das pessoas nosso corpo vibra. Ansiosas e interesseiras modificam o humor do louco. E este guri (me desculpe te chamar assim) vem me dizer que sente-se mal e se culpa da norma comum  do que lhe excede. Porque nós loucos, afinal, sofremos pelo dito e sentido por esta massa de gente segurando a mesma corda?

Eu sei que eles são demais em números. E depois ainda dizem que nós -que tentamos procurar todos os lado do leque- é que somos os estranhos. De fato somos, estranhos porque fugimos da norma, porque a vida é mais forte e dobra a razão de todas nossas esperadas verdades, constrangidas em uma mensagem civilizatória.

Quantos anos tens Max? Vinte e cinco? Vinte e quatorze (adolescente), vinte e doze (criança) ou vinte e eternos? Com qual calculo faremos a conta? Aposto que já viu um jovem carregar a sabedoria de um velho, como um velho a carregar a juventude imperecível. Salve Raul!

O Max, pra quem não sabe, toca o melhor teclado (órgão de um corpo sem órgão [para completar a poesia]) que já vi pulsar o jazz. Sorte tua rapaz! Tem este dom em tuas notas. Pois te digo que existem outros loucos estranhos, alienígenas para este mundo, que não carregam uma ferramenta que alcança o senso comum.

"Eu sou louco" ele me disse e entendi. Porque aprecio a perícia fenomenal que tens ao tocar teu som (que eu viajo no teu teclado). Tu mostra aquilo que para todo mundo é um sonho distante. Tu vai lá dentro do abismo inexplorado. Traz o infinito, um pedaço dele, escancarado ao ser ordinário que foi ensinado e ser sempre igual.

Obrigado Max e por favor,
não se sinta mal.

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