13 de mar. de 2018

O verme não despreza a carne do humano

Pensa no ser humano
Como um protozoário qualquer
Uma bactéria, um vírus, uma formiga
Um ser vivo
Ser escroto
Que caga
Peida, arrota e mija
É feio
Como todos os outros
Talvez mais feio
Quem diabos o desenhou
Com pelos só na cabeça, nos cílios
Ou no suvaco
E o resto: calvo
Almondega sem pimenta nem sal
Galinha sem pele
Porco sem sabor
Que horror
Que é o ser humano
E mesmo ele tem propósito
Nasce, vive e caga
Fermenta a terra
Nasce, caga e morre
E alimenta o verme
Talvez ainda o verme
Seja o único ser
Que o integra