30 de ago. de 2013

Bonito é ser feliz

João Goma, ou Ganso como lhe chamavam, estava na cama com uma mulher pela primeira vez.
De fato esta mulher não era uma, ou mais uma, era Marta.

Ganso sempre amou Marta. Ele via ela sair do corredor do colégio com um sorriso leve de olhar ao encontro das árvores. Mal sabia ele que era o passarinho que Marta olhava, mas Ganso foi admirando aquela mulher com carinho.

Ele não procurou nada sobre Marta, se achava um intrometido ao menor saber controlado que tinha de sua amada. Para ele, Marta era tão doce como o caminhar da vida, que precisa aparecer nos detalhes. E foi depois de muito tempo que finalmente ele teve uma oportunidade.

Naquela viagem de turma, não sei porque cargas d´aguas o colocou ali, ao lado dela, em um evento qualquer de música alta. E os dois não estavam gostando. A turma estava, e logo se encarregaram de os deixar sozinhos, pois eles eram os chatos. Dois tontos, desgostosos com o entorno continuavam ali, para não fazer desfeita.

Quase não trocaram palavras.

Mas o que era carga pulou, e Ganso quando viu, havia tomado a mão de Marta e saído intrépido em meio as falanges dos tristes para um local com menos distúrbio. O tolo deixou pequenas e inúmeras ansiedades para enfrentar por inteiro a sua gigante e pertinente perturbação, o sábio.

E eis que agora estão na cama e ele falha. Depois de tudo, de tantas provas de que ele próprio não era para Marta: um canalha, um usurpador, um patife. Logo agora que o mesmo Agora foi descartado pelo momento de ser o Sempre.

Mas Marta desta vez era quem alimentava a chama tola da ampulheta. Aquela que perde o poder de ver a areia passar em virtude de manter os grãos no centro, no eterno girar do momento duradouro. E foi por isto que Marta o abraçou ainda mais, movendo assim seu encontro e sua satisfação para nada mais, que não seja seu..

o prazer.