30 de nov. de 2009

O pau da serpente desdenha dos homens cansados.

A nossa religião não tem tempo. Não há vidas passadas e nem póstumas. De fato, só há vida. Gostamos de ser circunscritos à nossa consciência egoíca. Não há o sagrado e nem o leviano. O risco é nossa única verdade da vida. Só queremos saber o que pode ser feito e se tivessemos um deus, este seria o acidente.

A nossa religião é a preta.

A morte é um grilhão para o pequeno homem, mas é a grande aliada da preta. Nossa atuação é nos limites do desejo, portanto em nós não nos cabe o moralismo ou o tabu. Não confunda com o puro hedonismo pois a nossa proposta é mesmo de morte. É claro que partimos deste princípio para fazer valer o coração ainda quente no peito. E nós queremos saber o que mais pode ser feito.

Em nossa religião não existem líderes. Todos nós somos o máximo que nós podemos, mas não somos criadores e criaturas, nem servos e senhores. Somos o que somos e somos o que for de mais potente. Me escuta, pois eu sou teu General Feiticeiro da Foice do Juízo, e assumo o papél do pastor. Mas não somos uma pastoral, nós só queremos fazer o que pode ser feito.

Todos os que não fazem parte da preta, são cinzas. Cinzas deglutidas de sua neutralidade, cinzas como o pó de uma estrela. Nós da preta seremos pó, mas no momento só queremos saber de fazer brilhar nossa estrela. Os cinzas não tem nome e nem força, vão nascer, casar, comprar e seu momento de glória será mesmo a desejantemente indesejada morte de uma existência com sentido. O nosso tempo é o agora, o nosso tempo é também nosso lugar.

Não nos procure esperando conforto para a existência, pois ela é tudo o que há. Nada haverá após tua consciência egoíca. Nada também receberá da tua história em vida, ninguém lembrará teu nome, mesmo o lembrando. Você estará morto. Estaremos todos mortos, quando morrermos. Se tivéssemos que cultuar, nosso culto seria este. Pois nós queremos o que pode ser feito. E agora!

Atenciosamente;
Capa, Farda e Tarja.