21 de ago. de 2009

Entre crianças e cartomantes

Falaria eu sobre encontros espontâneos
Entre crianças e cartomantes
Para abrir teus olhos?
Falaria sobre a intimidade à sombra
Da evolução natural
Para abrir teus olhos?
Falaria sobre orgias em união de amor
Para te abrir?
Sobre o que eu falaria para abrir teus olhos?
E o verme passaria por mim...

- Não diga nada, apenas os devore.



17 de ago. de 2009

O rato e o justo.

Estou farto destes meninos e menininhas da noite. Eu estive lá. Entre-fui ratos e víboras peçonhentas. Entre-sou rato. Mas entre-sou Serpente. Os vermes em minha mente ardem corroendo saídas. E há de se convocar à guerra. Destas almas incertas estamos fartos. Destas menininhas de pênis, em alvo de gozo à própria face. Estes meninos de vaidade sem origem. De desejo vazio. Orfãos de poder. Estamos em guerra.

Tinha de ser assim. Somos de tribos diferentes. No teu olhar encontro súplicio e medo. No meu olhar, tu encontra o vazio. Não há como tu reconhecer o que há em mim. Mas teu desamparo é típico do orfão. E se te digo que somos de tribos diferentes, é só porque andas em bando, em tentativa desesperada de calar a tua expulsão. Mas eu te pergunto, um bando de exilados que andam juntos, formam uma tribo? Tu estás mesmo sozinho.

Mas os meninos e as meninas enganam-se o tempo todo.

O perverso e o justo se misturam no jogo do louco. O justo rato veste toca, mas não está na tua. O navio do tempo se move a cada quadro. O farol a cada piscar te faz referência. Repara que o caminho da luz do Sol, n'água, procura por ti. E morrerão os meninos pela foice justa de São Jorge. Estás condenando-te assim. E um sorriso leve desponta em minha face de ver-te de coração tão pesado como pluma. Achas mesmo que terás misericórdia divina? Toma-te coragem e assuma o desafio! E que comece dizendo: por favor.