27 de ago. de 2016

O Grand Hospício

Penso no astro como pensa o Verme
E nosso repouso é quando o Verme mastiga
Retornando-nos à Terra
Pois o nosso planeta Húmus T
É nosso Grand Hotel do estrago
Hospital e Hotel possuem a mesma raiz etimológica
Significando ‘aquele que é recebido’
Pois neste planeta se recebem
Os tortos, os loucos e os quebrados
O Grand Hospício do Cosmos
Assim ele é chamado
Pelos continentes
Gritam os conflitos dos desventurados,
Essa gente:

- Uns defendem a vida contra o aborto
Mas o feto que é crescido e mal criado
Bravam que se interrompa a vida
Porque bandido bom
É humano morto

- Outros são radicalmente contra religião radical
Mas não levam à mal
Cortar pedaço justo do bandido
No olho por olho
Ou castração química
Quase igual
Ao que diz o alcorão temido

- Tem os que se mostram para os outros
Quase sempre, mas nem sempre, nos perfis virtuais
Em imagem sexy, linda e photochapada
Mas são contra os (d)efeitos virais
Que ao corpo um produto se vende

- Há quem abusa do insumo farmacêutico
Legalizado em drogarias e usando todo dia
Abrindo a boca pra falar daquele sujeito
Que usa droga ilegal
Sem se ver dependente mas justificando
O que é dosagem letal

Todo o tipo de louco se encontra
No Grand Hospício da Terra

Até aqueles que se veem como sãos
Se reproduzindo na doença
Repetindo, religiosamente, sentenças
Dizendo a todo sofrimento:
- Gratidão.

Mas nesta terra de loucos
Só se diz:

- Obrigado

2 de ago. de 2016

Sobre os Vermes já não sei dizer

Devorei tanta carne podre
Caí em tanta tragédia
Abracei tanta gente imunda

Bebi tanto quebra-cabeça
Tomei tanto soco na cara dando carinho
Neguei suporte dando liberdade

E fui levado a mau
E atuei como mal

Sem me deixar no perverso me machuquei
Fingindo não magoar ninguém

Deixo agora a decomposição para os Vermes
Pois sobre Vermes

Já não quero falar... 

13 de jul. de 2016

O Fim.

Está me lendo agora?

É como o verme mastiga o defunto. Mastiga pois o verme não dura muito. Mastiga a pele, mastiga, mastiga, e morre. E hoje eu morro.

Finalizo este blog para quem lê e o mastiga. Bendita escrita que fez guardar um ato de minha mordida. Pois fiz este blog de uma boca maldita. De um desesperado organismo humano recebendo impulsos insanos desinteressados de uma chama de autor.

Que fracasso hoje em escrever que acabou. Ando sem tanta angústia, sem desafiar minha verdade, maduro, vermelho, sabendo que o verde (e o hippie, e o anarco, e o iluminado) representa mais minha razão do que minha vontade.

Sigo em dúvidas da verdade, tentando que aos outros, de perto, não lhes atrapalhe. Mas hoje, adulto, consciente de saber nada, não posso mais clamar a curva da época. Pois a época em mim passou.

Estou feliz? Não estou. Se estão tristes? Não me importa. Já não carrego nada.