5 de out. de 2009

Meninos, Homens e Anjos. (carta para um amigo)

Então eu os convido para celebrar a chama infinita de nossos instantes. Aproveitem! Este tempo não será de novo. E nem eu serei de novo, portanto, não procurem por mim para não perderem-se em olhos vazios. Que deixem na porta de entrada os interesses e que não tentem fazer envergonhar o outro. Não serão de antemão bem-vindos, posto que é encontro. Então que se façam apenas vindos, para que possamos nos conhecer.

Esta noite vamos atrás da capa da poesia. Quem tenta a poesia, deve estar no intento de encontrar alguma luz nestes encontros cada vez mais sombrios. Tentando, poeta louco. Como quem já não quis, fomos. E a praxe atirou palavras vazias ao ar. Um missil teleguiado, em direção ao delírio de destino, mas o trajeto morreu no tempo. Ah meu amigo. O que você fez? Elas são de se esperar.

Agora é você que procurou por ela e claro, ela está a tua espera. É claro rapaz! preste atenção! Porque te comparar por baixo! como não seria assim? A miséria dos meninos e menininhas não pede perdão à noite. Sei bem que seus dezesseis anos tanto fazem, mas ela beijou aquele, como tanto fez. Ela o provocou com lábios de outro homem, e tu o beijaste, sentiste o gosto da saliva dele, e ainda sentiste o gosto do desespero de uma criança.

Que a foice justa rasgue as gargantas dos desesperados, dos medianos, dos falsos, dos servos...

Salve Jorge!

É só a ele que devo fidelidade,
meu amigo.