9 de set. de 2015

O velho.

Estou envelhecendo.

Não escrevo mais em um blog esperando falar com alguém. Isto não é de menos valia como um tolo a afirmar sua vida pelos olhos dos outros (apesar de tolos desejarem sua afirmação ao outrem). Estou envelhecendo porque o velho é sozinho!

Continuo passando pelos mesmo lugares que tive com um póstumo entusiasmo e mesmo sabendo que o mesmo lugar é o todo, me sinto vazio. Que fez esta vida com meu corpo que não me deu retorno, não disse:

- você é isento de trabalhar o viver.

Agora me vem à mente uma frase do meu tio morto (e que morreu bem antes do acontecido) que diz "quando tu flerta com a vida a vida flerta contigo; quando tu deixa de flertar com ela, ela te abandona".

A vida do velho traz desafios para muito além de nosso cotidiano. O jovem transa no cotidiano. O jovem acha que terá muitas mulheres. Mas o fato é que para o velho só importa o tempo e não um argumento de contar a vida em nós.

Invejo qualquer ser sábio indiferente do seu tempo de idade, que olha para a realidade e planeja se matar. Ao mesmo tempo o desprezo, por este ruído cósmico intermitente em meu corpo-ouvido que grita calmamente dizendo que tudo está em seu lugar.

Maldito barulho pueiril. Que não ouvi. Que me pariu na poeira. Me fazendo olhar a estrela e desafiadoramente bravando:

-  Essa é nós.