10 de out. de 2013

Do pó do corpo ao pó do grafite

Tenho tentado investir nos meus estudos em ufologia
Não por que acredito
Mas porque os quero no corpo

E quando me perguntam se acredito
Sinto como se discutisse um sonho
Com certeza discuto o futuro
Mas não discuto os sonhos

Os sonhos são pequenos diante do mundo
poeira argila terra mundo
Então eu já lhe disse meu amor
Não viva pelo sonho

Não viva por nada
Ou viva apenas pelo nada
Porque sempre é o paradoxo que nos traz o vazio cabal?

Vazio todos sentimos
Teve um tempo onde o que mais corri foi dele
- E eu cheguei perto!

Quem esteve ali sabe
O louco, o vagabundo, o perdido
Palavras que carregam tanta força, fragilidade e inveja

Nunca precisei de evidências para o meu saber
precisei de Imaginação empática
Como não preciso de prova para saber que somos tão pequenos
Diante do espaço

A busca por ufos, galáxias e o Verso
Ameniza minhas dores banais
E me enche profundamente de esperança

Mas esta esperança que eu lhes digo não sente saudade do futuro
Ela é um ponto a frente do que está.

Sempre fiquei por aí
Em um ponto a frente no presente ou em um ponto atrás

Bem perto daquilo que não se pode responder, ler ou dizer
- Mas tentamos! -
Alma (aguá) ou espírito (sopro)

E ontem antes de dormir olhei para o céu e vi aquelha velha "panelinha" de infância
Aquelas estrelas em um quadrado perfeito
E quando criança - que é quando me fazia valer o olho - lembro de vêr as estrelas como um mero desenho

Normatizar as coisas é dom do humano
Uma tábula raza que se enche de conhecimento
E olha através deles

Uma vez ouvi de um chef de cozinha que havia tomado o desafio de servir pratos para crianças
Refutar
Porque a criança vê - come - enxerga - tudo em bloco
Não tem refinamento para identificar os detalhes

Pobres delas e felizes também

Pois pelos nuances perdemos o todo
E com certeza o todo é feito de nuances
Dificil não?
É o paradoxo do vazio completo

Mas eu não achei normal aquelas estrelas em formato tão organizado
Eu sei que há atração entre uma e outra, e que isto cadencia e rege o sistema
E isto é exatamente o que destrói um ser querer normal!

Pelo amor do universo!
Quando nos aproximamos de alguém também não sentimos o magnetismo poeiril?
Saber entender estas distâncias é sentir aproximar a pequena poeira cósmica ao todos

Mas estamos sempre a frente ou atrás do tempo

Eu mesmo que caminhei por estas águas
E digo sem receio que me misturei
Me sinto atrapalhado com este corpo
Sentindo morte e vida em mim

não sei o que serei
além de um mito forjado
perdido entre pecado e preconceito
de tantas palavras que sei - que é o minimo que posso dizer -
Estarei sempre na memória

até o fim