21 de dez. de 2009

A dobra da serpente

Os vermes de Marlox:

Não é da maçã que nasce a cobra, no entanto, pode ser da vontade a fonte de expansão para um tempo sem limite. Não sabemos nem quando, nem onde, mas o dia chegará para marcar a mudança que ainda não tem nome. Essa vontade não é simplesmente sexual ou virtual, mas natural.

Nesses encontros e desencontros a vida da as caras para um possível. Os entrelaces fustigados de energia não são explicáveis, mas afrontam moralismos, ditos pecaminosos e dogmáticos. O acontecimento como fonte, onde nasce e brota a esperança de ir além do conhecido.

No tempo desfragmentado não será necessário explicações ardilosas, nem mesmo articulações tempestuosas, pois as pessoas se entenderão pelo olhar e não mais pelas palavras. A violência não percorrerá as veias dos sentimentos. A liberdade não será fruto de uma vitória, mas de uma convivência fraternal.

Os relacionamentos amorosos não serão símbolos de conquistas, ou até mesmo de competência, mas de verdadeiros e sinceros sentimentos. Os significados se darão no calor da relação, ou seja, quando um não é sem o outro. Por ventura, as caricias formarão um único elo.

Nessa dobra de sentidos, constituída pela diversidade a maturidade aponta o caminho para a descoberta: a dobra valorada. Forjados na batalha, mas abastecidos da energia que não precisa de forma. O cansaço não nos vencerá, pois seremos fortes e guerreiros e na manhã do dia seguinte tomaremos café juntos.

Talvez na morte encontremos sentido para um sofrimento tão ardido, para um sentimento tão profundo, mas ao mesmo tempo enlouquecedor. De repente não saberemos jamais o porquê. A resposta não precisa ser dita, nem precisa ter um significado, pois no fundo, lá no fundo a pessoa sente o que é e o que não é.

É difícil enfrentar os desafios que corrompem nosso estado conformado. Não queremos pregar palavras, simplesmente discursos sem sentido, nossas palavras não devem ser apenas lidas ou proferidas, mas sentidas. Você faz parte desse acontecimento, deixe-se acontecer.

Abraços do irmão;
Pastor Frigido do Escudo Reverberante.

Um comentário:

  1. Dá-lhe Pastor!
    Meu amigo, este teu texto lindo como soa triste. Mas eu te digo Pastor. Espero que ele soe e reverbere nas tropas como um estrondo convicto de liberdade!
    Não fosse o escudo, teu instrumento seria o tambor. Que bom que retornaste para nós a preta.
    Um abraço profundo companheiro.

    ResponderExcluir